Tuas palavras antigas
deixei-as todas, deixei-as,
junto com as minhas cantigas,
desenhadas nas areias.
Tantos sóis e tantas luas
brilharam sobre essas linhas,
das cantigas -que eram tuas-
das palavras -que eram minhas!
O mar, de língua sonora,
sabe o presente e o passado.
Canta o que é meu, vai-se embora:
que o resto é pouco e apagado.
(Cecília Meireles)
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